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quarta-feira, 27 de julho de 2016

COLAGENS DOS ANOS 80: ANARQUISMO, TEATRO DO ABSURDO E DADAÍSMO DA BOCA DO MONTE!

COLAGENS DOS ANOS 80: ANARQUISMO, TEATRO DO ABSURDO E DADAÍSMO DA BOCA DO MONTE!


Fiat Lux (Paulo Melo, 1986).

Outro dia abri algumas caixas guardadas há vinte, trinta anos, e me deparei com um verdadeiro baú do tempo. A memória material encerrada nas caixas evocou imediatamente lugares do passado que há tempos não vinham à lembrança. Encontrei, entre outras coisas, uma pastinha xadrez com dezenas de colagens minhas e de um amigo (o querido Max), de meados dos anos 80.

Naquela época, na Santa Maria da Boca do Monte, tínhamos um “grupo” de amigos que, apesar das divergências estéticas e dos gostos singulares, compartilhava algumas afinidades: bandas pós-punk, poesia concreta, rock industrial, literatura marginal, textos anarquistas e filmes underground. Não era exatamente um grupo. Não havia uma unidade, nem encontros programados para exercitar a criatividade e criar coletivamente. Era um punhado de pessoas, dispersas e desgarradas, com múltiplos interesses, que uma vez ou outra trocava ideias e fazia algumas coisas juntos. O centro do “grupo” era o Max, um cara inteligente, sensível, criativo e articulado, que reunia à sua volta pessoas muito diferentes. Além de aglutinador de gentes, Max era um poeta de elevado calibre, de refinado gosto musical e cinematográfico e um mestre das colagens. Era uma inspiração para mim. O quarto do Max, num prédio no centro da cidade, apinhado de livros e discos, era a nossa caverna criativa.

Expressávamo-nos de muitas maneiras: tínhamos bandinhas de rock, escrevíamos poesia, produzíamos um fanzine anarquista chamado A Vaca e fazíamos colagens de inspiração surrealista e dadaísta, com recortes de revistas, restos de fotografias, de jornais e objetos descartáveis.

É difícil, trinta anos depois, falar de inspiração. Creio que tudo inspirava, mesmo sem ter consciência disso naquele momento. No meu caso, as maiores inspirações naqueles anos, correndo o risco de idealizações e de projeções anacrônicas, eram o teatro do absurdo, do Antonin Artaud, os filmes de David Lynch e de Serge Gainsbourg, os anarquismos de Bakunin e Kropotkin, as colagens surrealistas de Max Ernest e a música-manifesto de Jorge Mautner. Não sei bem como misturava essas coisas. Eram as minhas afinidades eletivas. Ouvia os discos do Mautner até furar e não largava os textos do Artaud. Nunca fui um bom poeta, como o Max. Me saía melhor com as colagens. Gostava de juntar imagens descontextualizadas, de universos distintos, e reuni-las aleatoriamente na forma de uma colagem. Sem pretender teorizar demais, acho que era esse o sentido das colagens: descontextualizar imagens, recortadas de jornais e revistas, juntá-las numa outra superfície, num outro contexto, e construir com elas algum sentido, alguma coerência. Da maneira como a praticávamos, a colagem era uma técnica e uma forma de composição com imagens e objetos, extraídos de seus contextos originais, para criar diferentes percepções do que considerávamos ser a realidade.

O método era simples. Recortar com as mãos ou com tesoura imagens que por algum motivo chamassem a atenção e colá-las, associá-las, num outro plano segundo critérios estéticos bastante flexíveis e a inspiração do momento. Às vezes, adaptando uma “receita” de poesia dadaísta, tirava ao acaso, de olhos fechados, recortes de revistas de dentro de uma caixa de sapatos e as associava livremente. O resultado que procurávamos, com o mínimo de intervenção racional, era uma livre combinação de ideias, sem filtros apriorísticos. Uma poesia do inconsciente, segundo o jargão surrealista. A colagem do padre na televisão imaginando uma mulher nua, é um bom exemplo (abaixo). Fechei os olhos, tirei as duas imagens de dentro da caixa e as relacionei com um balão das histórias em quadrinhos. As duas imagens, vindas de contextos completamente diferentes, reunidas ao acaso, e associadas por um truque dos quadrinhos, produziu um efeito anticlerical, bem ao gosto da crítica anarquista que líamos à época.



Separei uma pequena amostra das colagens criadas entre 1984 e 1988, recentemente digitalizadas:






















E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE: OS DIFERENTES SENTIDOS DAS CAMINHADAS E A PERCEPÇÃO HISTÓRICA DAS DISTÂNCIAS.

E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE: OS DIFERENTES SENTIDOS DAS CAMINHADAS E A PERCEPÇÃO HISTÓRICA DAS DISTÂNCIAS.


“É bom colecionar coisas, mas é melhor caminhar. Porque caminhar também é uma forma de colecionar coisas: as coisas que a pessoa vê, as coisas que a pessoa pensa” (Anatole France).











Idoso caminhando no campo de centeio. Óleo sobre tela (Laurits Andersen Ring). 



Pensar historicamente, por mais óbvio que possa parecer, é entender que as “coisas” não são sempre do mesmo jeito.  De uma maneira mais sofisticada, é entender que “aquilo que foi nem sempre é” (Foucault). As distâncias, em termos culturais, que nos separam de passados nem tão distantes são tão grandes que, por vezes, não nos reconhecemos nas narrativas que ouvimos de pessoas mais velhas. Olhar historicamente para trás, sem perder de vista a nossa condição no tempo, é a melhor forma de nos darmos conta das mudanças de valores, de comportamentos, das percepções de tempo e espaço (longe, perto) que singularizam o nosso presente. Embora a referência ao filme no título possa denotar o contrário, o post é um livre exercício de descontinuidade histórica.

Quando criança adorava ouvir as histórias do meu pai sobre as enormes distâncias que percorria, a pé ou a cavalo, para trabalhar na feira com meu avô ou visitar um parente no interior de Santa Maria (RS). As narrativas de vidas de pessoas mais velhas, ainda que com boas doses de exagero e de romantizações, são algumas das melhores formas de retorno ao passado. Na década de 1950 meu pai namorava uma menina numa localidade de Santa Maria chamada Caturrita. Saía de casa bem cedinho, antes do sol nascer, andava o dia todo a pé e chegava a tardinha. No dia seguinte, bem cedinho, iniciava a marcha de volta. Na ida, levava presentes. Na volta, trazia algum pedaço de carne e banha de porco, boa para fritar peixes e modelar o cabelo (nos tempos da brilhantina, os rapazes pobres do interior usavam banha de porco como cosmético). Quando perguntado sobre a distância, dizia sempre: “não era longe não, era logo ali, era um pulinho.”

Ouvia curioso e ficava imaginando as longas caminhadas e as dificuldades encontradas pelo caminho (as estradas eram de chão batido, as picadas no meio da mata eram perigosas e a travessia dos rios e córregos era sobre pinguelas improvisadas ou um troco de árvore). Anos depois, como historiador e pesquisador, procurando boas histórias, me deparei com narrativas semelhantes. Ouvindo os moradores mais velhos de cidades do Alto Vale do Itajaí (Santa Catarina) sobre os primeiros tempos da colonização fiquei sabendo das longas caminhadas para chegar às localidades, entre as décadas de 1920 e 1950. A região onde se situam os municípios de Petrolândia e Ituporanga, antes conhecidas respectivamente como Perimbó e Salto Grande, foi povoada por colonos que subiam de colônias mais antigas como Santo Amaro, Angelina e São Bonifácio, a pé, empurrando carroças carregadas com pertences, em caminhadas que duravam mais de uma semana. Uma viagem de carro hoje percorre essa distância em uma hora. (A região para onde se dirigiam era habitada sazonalmente pelos xokleng e temporariamente por tropeiros que subiam ou desciam de Lages). Naqueles tempos, tudo estava por ser construído e as ligações entre os lugares eram por estradas ou picadas pouco transitáveis. Os vínculos com a antiga colônia, fundamentais para se estabelecer nas novas áreas, os obrigavam amiúde a percorrer grandes distâncias. Seu Evaldo Schistel, numa divertida conversa, contou que para visitar parentes ou “buscar uma coisa ou outra” em Angelina, distante 130 km aproximadamente, andava 30 km num dia. Era “fácil”, dizia, uma “coisa normal’. Tudo era muito longe. Para ir à missa, para visitar a namorada ou para buscar mantimentos na venda mais próxima, se não tivesse um bom cavalo, o jeito era caminhar. Mas isso não desanimava aquela gente, especialmente se a caminhada os levasse para um baile em Angelina.

Caminhadas longas, em terrenos acidentados, ou no meio da mata, é hoje um esporte radical. O praticante deve seguir uma série de recomendações, usar roupas especiais e escolher bem o modelo de tênis que melhor responda à intensidade da caminhada. Meu pai andava de sapatos, e vestia calça de tergal, os senhores que entrevistei também. O máximo que usavam para se proteger do sol forte era um chapéu. As sensibilidades e as susceptibilidades eram outras. O perigo não era o sol, eram as cobras, os “bugres”.

Antes, caminhava-se por necessidade. Não tinha outro jeito. Em alguns lugares mais acidentados nem cavalo adiantava. Os colonos abriam picadas na mata, que mais tarde viravam estradas, e iam desbravando os caminhos.  Hoje se caminha por esporte e para manter a saúde em dia. Embora não como antes, as longas caminhadas ainda fazem parte da rotina de muita gente no interior do Brasil. Quando estou subindo a Serra, rumo a Petrolândia/Ituporanga, vejo, nas laterais das estradas, pessoas caminhando, de chinelos de dedos, muitas vezes, vindo da roça ou da casa de parentes (imagino). Olho para trás, para frente e para os lados e não vejo um ponto de partida nem um possível ponto de chegada. 

Não há dúvida de que as distancia encurtaram e o ato de caminhar adquiriu novos significados. As distâncias encurtaram com os sofisticados meios de transportes. O que era longe ficou perto. Todavia, o que parecia perto para o seu Evaldo parece tão longe para mim. Uma viagem de duas horas, de Florianópolis a Ituporanga, no conforto do carro, com música e água gelada, parece uma eternidade.
É isso. Fico por aqui. Vou calçar meu tênis, fazer alguns alongamentos e caminhar meus seis quilômetros na beira mar sul. Seis quilômetros, ou mais, meu pai andava para ir à escola, todo dia. E carregava o material escolar.  Os tempos são outros, as prioridades, as sensibilidades e as urgências não são as mesmas.

Let´s walk? A motivação do meu pai era a namorada, a do seu Evaldo era um baile em Angelina. A minha? Vamos andar que eu te conto. Gosto de pensar e conversar enquanto caminho. Caminhadas são dispositivos filosóficos. Nietzsche andava para pensar, pois “os grandes pensamentos, dizia, resultam da caminhada”. Onde quer que estivesse, se entregava à longas caminhadas diárias, que podiam chegar a 8 horas. Depois, se entregava à reflexão sistemática e à escrita. Deixou um aforismo sobre escrita e caminhadas: "Não escrevo apenas com a mão: o pé também quer sempre participar". Rousseau, que também gostava das caminhadas, disse que a sua mente só trabalhava junto com as pernas. Caminhar para eles era um ato filosófico. Aristóteles lecionava caminhando pelo peripatos, uma alameda dos jardins do Liceu. Jesus pregava aos seus discípulos enquanto caminhava. Caminhar era um ato pedagógico. A fórmula de Santo Agostinho de “resolver problemas caminhado” (solvitur ambulando) reforça as propriedades inspiradoras e reflexivas de uma boa caminhada. A arte de caminhar ajuda a organizar as ideias e a pensar as coisas com mais clareza. Henry Thoureau, no século XIX, mergulhava nos bosques de Massachussets em longas caminhadas, para se encontrar consigo mesmo. Deixava tudo para trás, a cidade e os afazeres diários, e voltava aos seus sentidos. Colocava “um pé metodicamente adiante do outro” e seguia em frente. Nas suas metacaminhadas, refletia, a cada passo, sobre o significado de estar caminhado. Eram caminhadas autoconscientes. “Walden, a vida nos bosques”, publicado originalmente em 1854, é, em parte, uma elegia e uma reflexão sobre as caminhadas e um manifesto radical contra a civilização industrial. Caminhar era um ato vital.

Certamente meu pai e o seu Evaldo pensavam enquanto caminhavam. Pensavam nas coisas deles, nas chances de melhorar de vida, inventavam planos, avaliavam as situações e resolviam seus problemas andando. Não era o andar meditativo de Santo Agostinho, com as mãos atrás das costas, nem o andar aristocrático e pausado de Nietzsche. Era a marcha das urgências cotidianas, da sobrevivência.

As caminhadas, sejam elas filosóficas, ecológicas, terapêuticas, forçadas, meditativas, laborais ou pedagógicas, acompanham a trajetória humana. De Aristóteles ao seu Evaldo, as pessoas sempre andaram. O que não quer dizer que caminhar é simplesmente caminhar, independente do tempo e do lugar. As caminhadas têm suas próprias historicidades. Não são práticas atemporais. Perder de vista os aspectos que as singularizam em diferentes momentos e contextos é perder o pé da história, do sentido histórico. Os próprios adjetivos elencados acima nos dizem muito sobre os diferentes sentidos e motivos que envolvem o ato de caminhar.

Vamos caminhar enquanto estamos vivos. Os mortos só caminham no cinema!


quarta-feira, 13 de julho de 2016

MEU NOME: a constância que se impõe à inconstância do meu ser.

MEU NOME: a constância que se impõe à inconstância do meu ser.









Glossário dos Nomes Próprios – Alex Cerveny - 2015.








Nomes são entidades imutáveis, totalizantes e unificadoras. São regularidades que se impõe à trajetória irregular da nossa existência.  Independente de quem fui nos meus muitos passados ou de quem virei a ser nos possíveis  futuros, o nome que recebi  e carrego desde o nascimento é uma constante que se sobrepõe à inconstância do meu ser.

Nossos nomes, a face mais conhecida de nossas identidades sociais, são confirmados nos ritos batismais e institucionalizados nos documentos que portamos. Por nos acompanharem do nascimento à morte, passam a impressão de que nossas vidas correm linearmente, num fluxo contínuo e coerente, e que seguem uma sequência lógica inabalável e inevitável de eventos. Na bela definição de Paul Ziff, o nome próprio é um ponto fixo num mundo em movimento. Ou, à minha maneira, um dado estático no turbilhão da vida, indiferente às metamorfoses do nosso ser social.

O efeito uniformizador dos nomes sobre as nossas histórias de vida é semelhante ao da filosofia da história sobre o conjunto disperso e caótico de dados do passado humano. As filosofias da história tentam organizar o caos do passado, lançando sobre ele um olhar generalizante e totalizante, visando capturar teleologicamente o movimento contínuo da história, dotando-a de sentido e de finalidade. Tal como os nomes próprios, as filosofias da história emprestam regularidade e uniformidade ao curso absolutamente irregular da história.

Nos acostumamos e nos afeiçoamos aos nossos nomes, por mais estranhos que sejam. Não nos imaginamos sem eles. Não nos imaginamos com outros nomes. Nosso nome é o nosso nome e pronto. Não poderia ser outro. Embora seja só um nome, dado por um motivo qualquer, supomos que ele traduz a essência de quem somos. Alguns vão buscar na etimologia os significados mais profundos de seus nomes, e se convencem de que eles dizem realmente algo importante sobre nós. Outros recorrem à numerologia para descobrir o seu número pessoal (resultados da soma das letras do nome) e saber mais sobre suas personalidades. Crentes de que os números carregam significados e influenciam em nossos destinos, alteram os nomes para alcançar o número que melhor realça os aspectos positivos, ou corrige os negativos, da sua personalidade.

 O nome, como um “designador rígido” (Pierre Bourdieu - A ilusão biográfica), é um atestado da nossa identidade social através dos tempos e em todos os espaços. O nome que recebi, Paulo, foi uma homenagem ao meu pai, também batizado de Paulo. Os ritos de nominação inauguram nossa identidade social. Ou, como disse Paul Ziff, institui uma identidade social para o indivíduo biológico. Aos dois anos de idade, sem a menor noção de quem era, eu já era o Paulo. Já atendia pelo nome, sem entender direito o que isso significava. Estava dado ali, no berço, o “designador rígido” da minha identidade. Aos dez anos, na escola, era também o Paulo. A chamada diária me lembrava do meu nome, de quem eu era. Na preparação e na cerimônia da crisma, sacramento católico de confirmação do batismo, lá estava o Paulo. Aos vinte anos de idade, anarquista, ateu e sem a menor noção de quem seria no futuro, em nada lembrava o Paulo dos 15 ou dos dez anos de idade. Com vinte cinco anos, na universidade, cursando história, já era bem diferente do Paulo de cinco anos atrás. Abandonei os cabelos compridos e minha visão politica sofreu sensíveis alterações. Mas continuava sendo o Paulo. Aos trinta anos, em quase nada lembrava o Paulo de dez anos atrás. Morava noutra cidade, convivia com pessoas que até então não conhecia e levava uma vida bem diferente das anteriores.  

A “constância nominal” atravessa os tempos. Fui, sou e sempre serei o Paulo. Embora meus amigos inseparáveis da adolescência vissem em mim hoje um perfeito estranho, continuaria sendo para eles o Paulo. Agora, bem distante dos trinta anos, sou outra pessoa. Não evoluí, como dizem. Eu mudei. Em vários aspectos. As certezas de outros tempos deram lugar às dúvidas. Quando me pego, por algum motivo, relembrando coisas do passado, por certo que vejo lá atrás o Paulo de hoje. Mas, na maioria das vezes, a despeito da imperturbável continuidade e da regularidade que o nome sugere, vejo o curso da minha vida bastante irregular e descontínuo. Não sei o que serei, nem onde estarei, daqui vinte anos, mas continuarei sendo o Paulo.

Nosso nome define nossa identidade “em qualquer universo possível” (Saul Kripke).  Em casa, sou Paulo. Na sala de aula, com os alunos, embora muito diferente daquele Paulo, continuo- o sendo. O Paulo namorado/esposo, ou o que se apresenta aos amigos, é bastante diferente do professor, mas continua sendo o Paulo, que é também assim chamado no futebol. É claro que sou a mesma pessoa, e linhas da minha personalidade são reconhecíveis aqui e ali, mas revelo e apresento facetas distintas em diferentes ambientes. Seguramente meus colegas do futebol não me reconheceriam em sala de aula. Não é a mesma pessoa, diriam. Todavia, meu nome é uma Identidade fixa que me acompanha indiferente às múltiplas facetas e identidades que assumo na vida.


E os apelidos e os diminutivos dos nossos nomes? São designadores flexíveis das identidades plurais que nos habitam? São sugestões nominais de como os outros nos vêm? Tive muitos apelidos, na escola, no futebol, em casa. Alguns carinhosos (dão, paulinho, paulão), outros de pura sacanagem (diabinho, maradona) e outros ainda por coisas que disse ou fiz de bom ou de engraçado (negrão, mestre). Mas essa reflexão eu deixo com vocês.