A CUBA
MÍTICA, A CUBA OFICIAL E A CUBA REAL.
Mais um post sobre Yoani Sánchez? Sim e não. A
personagem Yoani, e as reações que ela desperta, oferecem boas entradas para
discutir o que de fato me interessa: o encantamento da intelectualidade de
esquerda com ditaduras cinquentenárias. Os sujeitos são críticos ferozes das
ditaduras de direta, da “ditadura do capital”, do silenciamento de Julian
Assange, do imperialismo, do monopólio dos meios de comunicação (até aí eu
estou com eles), mas não conseguem escrever uma única linha crítica em relação
às ditaduras de esquerda. O que acontece com esta gente? Os que conseguem
escapar da cegueira ideológica são acusados de traidores, de estar de conluio
com a tal “mídia golpista” e com os interesses norte-americanos. Tenham
paciência. O silêncio das esquerdas sobre o regime castrista, já escrevi sobre
isto, esta abrindo espaço para a velha direita (que no passado apoiou a
ditadura militar no Brasil, que sempre apoia a política externa dos Estados
Unidos e a ação do estado de Israel no Oriente Médio) pousar de defensora das
liberdades democráticas. Ora bolas, Yoani Sánchez deveria ter a admiração do
pessoal da esquerda. Mas não. Os heróis da esquerda vestem fardas militares,
apegam-se desavergonhadamente ao poder e despejam slogans e jargões batidos na
mídia “alternativa”. Enquanto isso, a direita, que outrora adulava generais,
enche a boca para falar de direitos humanos e liberdade de expressão.
Mas Paulo, você tem que entender que Cuba é
uma democracia que funciona num outro registro. É a democracia popular em ação.
Não, eu não tenho que entender nada disso. Não gastem tempo tentando me
convencer de que um regime comandado por um grupo, liderado pelos irmãos Castro há
mais de 50 anos, que mantém uma sociedade inteira sob tutela estatal, pode ser
chamado de democracia.
Para Yoani Sánchez existe uma Cuba idealizada pelos simpatizantes das
ideias de esquerda e dos ideais socialistas e uma Cuba real onde vivem os cidadãos cubanos (Ela não disse
exatamente com estas palavras). Vou tomar a liberdade de explorar esta ideia,
livremente inspirado na entrevista que a blogueira concedeu no dia 23 de
fevereiro a Branca Nunes e Duda Teixeira. Em seguida reproduzo a parte da
entrevista que interessa.
A Cuba idealizada, eu diria mítica, é uma
espécie de ilha da fantasia social. Ela representa a projeção das esperanças e
dos sonhos de um mundo mais justo e mais humano. A Cuba dos sonhos, apesar de
alguns “desajustes”, seria um oásis social na desértica ordem capitalista
globalizada. Os “desajustes” não seriam de responsabilidade da elite
governante, mas do bloqueio mantido há décadas pelos Estados Unidos. Na Cuba
ideal, a saúde e a educação são gratuitas e de ótima qualidade. Não existe
miséria e o governo é o interprete das aspirações coletivas. Mesmo há mais de
50 anos no poder, os irmãos Castro, de acordo com os admiradores, representam a
“vontade popular” (Que mania que esta gente tem de achar que entende e
representa a “vontade popular”). Não estou debochando daqueles que admiram
Fidel e defendem o regime cubano. Acredito de verdade que, tirando os ideólogos
e os encrenqueiros profissionais, as projeções sobre Cuba traduzem a grandeza
de espírito daqueles que acreditam. Tenho vários amigos muito próximos que
admiram e defendem o regime cubano. Embora eu não tenha nenhuma simpatia e
nenhuma ilusão em relação a Cuba castrista, acredito na honestidade, na boa fé
e nas intenções dos meus amigos. E, em certo sentido, entendo a hostilidade e a
enorme desconfiança que Yoani desperta, pois ela calcina o sonho da revolução
que construiu um caminho alternativo para a humanidade. Os admiradores da Cuba
mítica, em geral, não conhecem o país. Eles acreditam num ideal com o qual se
relacionam à distância. A fé nos faz crer naquilo que não vemos. Alguns
passaram alguns dias por lá em viagem de turismo. Foram para ver o que queriam
ver, e viram.
A Cuba real, onde vivem Yoani Sánchez e os cubanos,
e onde não vivem os admiradores do regime, é bem diferente. Calma. Não vou me
valer do velho argumento da direita leviana e mandar os admiradores de Cuba
morar lá. Argumentos como este são para aqueles que não querem o debate. Querem
impor um ponto de vista a força exatamente como aqueles que acusam, sem provas,
Yoani de ser uma mercenária. Nunca fui a Cuba. Leio blogs de cubanos que vivem
em Cuba e faço os meus filtros. Yoani nos fala sobre sua experiência em Cuba,
sobre sua vida sob o regime castrista. Vejo as crônicas do Generación Y como UM
ponto de vista sobre a realidade cubana. Um ponto de vista que me agrada, e com
o qual me identifico politicamente e esteticamente. Não vou escrever sobre a
Cuba real. Não teria condições. Você não precisa necessariamente conhecer um
país para formar uma opinião sobre o sistema político e social. Mas acho melhor
deixar isso para quem vive lá. Na parte da entrevista que reproduzo mais a
frente Yoani nos deixa a sua impressão sobre a Cuba em que vive.
No filme Guantanamera (1995), de Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío, realizado durante o chamado “Período Especial”, a Cuba real aparece com a graça, a leveza e a inventividade dos cativantes personagens que improvisam a vida e a sobrevivência no dia a dia e superam as dificuldades criadas pela inoperância do regime. O taxista (Tony) que leva os familiares da morta (Yoyita) de Guantánamo para ser sepultada em Havana é a melhor expressão da realidade cubana que teima em existir apesar dos equívocos e dos fracassos da planificação econômica. Tony, que compra e transporta mercadorias clandestinamente de um lugar para outro da ilha, é uma espécie de agente do capitalismo informal que viceja em Cuba.
No filme Guantanamera (1995), de Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío, realizado durante o chamado “Período Especial”, a Cuba real aparece com a graça, a leveza e a inventividade dos cativantes personagens que improvisam a vida e a sobrevivência no dia a dia e superam as dificuldades criadas pela inoperância do regime. O taxista (Tony) que leva os familiares da morta (Yoyita) de Guantánamo para ser sepultada em Havana é a melhor expressão da realidade cubana que teima em existir apesar dos equívocos e dos fracassos da planificação econômica. Tony, que compra e transporta mercadorias clandestinamente de um lugar para outro da ilha, é uma espécie de agente do capitalismo informal que viceja em Cuba.
Além da Cuba mítica (que sobrevive nos sonhos
da esquerda romântica) e da Cuba real (onde vivem os cubanos), sugiro uma
terceira: a Cuba oficial. Esta versão pode ser lida no Gramna e vista nos
outdoors, nos cartazes e na propaganda oficial exageradamente espalhada pela
ilha (ver o post Hannah Arendt em Cuba). A propaganda oficial se encarrega de
construir a imagem da sociedade ideal, que equacionou as grandes contradições
enfrentadas pelas sociedades capitalistas, e aposta na credulidade dos
admiradores, que nunca questionam os números apresentados pelo governo nem os
dados de instituições internacionais (não quando elas falam favoravelmente de
Cuba).
A Cuba oficial também pode ser
vista no filme Guantanamera. Ela esta representada pelo personagem Adolfo, um
burocrata fracassado do regime, arrogante e frio, que caiu em descrédito e ocupa
provisoriamente a função de agente funerário estatal. Adolfo cria um plano
mirabolante, mas detalhadamente planejado, de transporte dos mortos para
reduzir gastos, enquanto sonha com o reconhecimento e com a volta por cima. Na
Cuba em que ele vive o importante são as estatísticas e as cifras, orgulhosamente
anunciadas pela rádio nacional. Diferentemente do taxista, que representa o
improviso e o vigor da economia informal, Adolfo representa a oficialidade do
regime, o socialismo decadente e a planificação ineficiente.
Antes de deixá-los com a entrevista, comento
rapidamente o lamentável texto de Beto Almeida, publicado no portal Carta
Maior. Para o jornalista, Yoani é uma jogada da diplomacia de Washington para
desestabilizar o governo cubano. Fica evidente que ele nunca leu os textos da
blogueira. Nem precisa, ele já sabe, sem ler, o que ela representa. Já tem
opinião mais do que formada. Para que ler se não é o debate de ideias que ele
quer? Segundo o jornalista, Yoani recebe instruções e orientações dos Estados
Unidos para dizer isto ou aquilo, como no caso do bloqueio. Yoani sempre
condenou o bloqueio (e o uso que o regime cubano faz dele). Mas para Beto
Almeida ela foi orientada, neste momento em que o bloqueio “recebe múltiplas
condenações da ONU”, a assumir um tom crítico. Ora, quem acompanha os textos de
Yoani sabe que ela condena o bloqueio. Mas ela não fica só nisso. Ele condena,
sobretudo, o uso que o governo cubano faz do bloqueio para manter o regime
obsoleto e camuflar seus fracassos. Segue um trechinho de uma de suas críticas:
“La prolongación por cinco
décadas del “bloqueo” ha permitido que cada descalabro que hemos padecido sea
explicado a partir de él, justificado con sus efectos. No obstante, su
existencia no impide que en las lujosas mansiones de la nomenclatura abunde el
whisky, los congeladores estén abarrotados y los autos modernos descansen en
los garajes. Para colmo, el cerco económico ha contribuido a alimentar la idea
de plaza sitiada, donde discrepar viene a equipararse a un acto de traición. El
bloqueo exterior ha robustecido así el bloqueo interior.
Deseo que la votación de hoy en
Naciones Unidas sea favorable a quienes deseamos que tal absurdo termine,
especialmente a esos que consideramos el fin del embargo como un golpe
definitivo al autoritarismo bajo el que vivimos. La delegación oficial, por su
parte, lo interpretará de otra manera: aplaudirá satisfecha, declarará que esta
constituye “otra victoria de la Revolución”. En La Habana mientras tanto –lejos
de las miradas- ciertos jerarcas celebrarán con Johnny Walker y engullirán
algún delicado aperitivo “Made in USA.”
Com o perdão do trocadilho, o argumento de
Beto Almeida bloqueia o debate. Ele nega a Yoani a condição de crítica do
regime castrista. Ela é uma cartada diplomática dos Estados Unidos e ponto
final. Tratando a blogueira como um fantoche dos interesses norte-americanos
ele fica desresponsabilizado de debater as ideias e as críticas que ela faz ao
regime. Assim fica fácil. Basta sentar
na cadeira, abrir o computador e seguir a cartilha oficial de acusações contra
Yoani. Beto Almeida condena “os absurdos ditos por esta
personagem.” Mas, inexplicavelmente, não diz quais são os absurdos? Na mesma linha
de Beto Almeida, Carlos Latuff, outro bajulador de ditadores, publicou uma charge
no Opera Mundi afirmando que Yoani é um boneco de corda dos Estados Unidos.
E que tal uma charge de Carlos Latuff
como uma marionete dos irmãos Castro?
Fiquem agora com uma parte da entrevista de
Yoani. Eu gostaria que esta entrevista, seguida de um amplo debate, tivesse
sido feita por jornalistas e intelectuais do campo da esquerda e publicada no
portal Carta Maior. Lamentavelmente a esquerda esta surda ao que Yoani tem a
dizer, e satisfeita com a versão oficial da “blogueira mercenária” difundida
pelo governo cubano e pelos “embaixadores” de Cuba espalhados pelo mundo.
Como a senhora viu as
manifestações hostis dos últimos dias? Por um lado me sinto
feliz por estar num país onde existe liberdade democrática e pluralidade. O
problema é quando essas manifestações impedem e boicotam algo tão pacífico
quanto a apresentação de um documentário ou uma sessão de autógrafos. Acho
contraditório usar um espaço democrático para impedir que alguém se expresse
livremente.
A senhora ficou
amedrontada? Não, porque conheço esses métodos do meu país: a
coação e a difamação. Infelizmente, nos últimos anos vivi situações semelhantes
em Havana e outras cidades.
ELES CONHECEM A REALIDADE CUBANA? Lamentavelmente,
a maioria não conhece meu país, minha história ou meus textos. Eles acreditam
numa Cuba estereotipada, uma ilha de esperança, com liberdade para todos. Cuba
não vive um comunismo, mas um capitalismo de estado. Recomendaria que cada um
deles morasse um tempo em Cuba para viver na pele a realidade de um mercado
racionado, dualidade monetária, falta de liberdade, impossibilidade de se
manifestar na rua. Depois desse tempo, duvido que continuem a defender o
governo cubano. Tentam me calar porque divulgo uma Cuba menos parecida com o
discurso político e mais parecida com a rua. Uma Cuba real.
QUE CUBA É ESSA? Uma Cuba
linda, mas difícil. É importante diferenciar Cuba de um partido, de uma
ideologia, de um homem. Ela é muito mais do que isso. É um país onde as pessoas
precisam esconder suas opiniões com medo de represálias, onde muitos jovens
querem emigrar por falta de expectativa, onde o estado tenta controlar todos os
detalhes da vida. Onde colocar um prato de comida em cima da mesa significa
submergir-se diariamente à ilegalidade para conseguir dinheiro.
Muitas pessoas de
vários países costumam elogiar o sistema de saúde e o sistema educacional de
Cuba. Esses elogios são pertinentes? Nos anos
70 e 80, Cuba viveu o florescimento de toda a estrutura de saúde e educação.
Foram construídas escolas e postos de saúde em toda parte graças aos subsídios
soviéticos. Quando a União Soviética caiu, Cuba teve que voltar à realidade
econômica. Os professores imigraram por causa dos baixos salários, a qualidade
diminuiu e a doutrina aumentou. Exatamente como na área da saúde. Hoje, quando
um cubano vai a um hospital, leva um presente para o médico. É um acordo
informal para que o atendam bem e rápido. Levam também desinfetante, agulha,
algodão, linha para as suturas. O governo usa a existência de um sistema
gratuito de saúde e educação para emudecer os críticos, silenciar a população.
Não passo todos os dias doente ou aprendendo, quero ler outros jornais, viajar
livremente, eleger meu presidente, poder me manifestar, protestar.
Como funciona o sistema
de aposentadoria em Cuba? Esse é um dos setores mais pobres.
Um aposentado ganha cerca de 15 dólares conversíveis por mês. Como a maioria
dos cubanos não vive do salário, mas do que pode roubar do estado dentro do
local de trabalho, quando se aposenta ele perde essa fonte de renda. Em Havana
é possível ver muitos velhos vendendo cigarros nas ruas.
Que tipo de
racionamento existe em Cuba e como ele funciona? Cada cubano
tem direito a uma cota mensal de alimento com preços subvencionados pelo
estado. Estudos dizem é possível se alimentar razoavelmente bem por duas
semanas com essa cota. Nela existe arroz, açúcar – que por sinal é brasileiro
–, um pouco de café, azeite e, às vezes, frango. Para sobreviver a outra metade
do mês os cubanos precisam ter os pesos conversíveis. O salário médio na ilha é
de 20 dólares. Um litro de leite custa 1,80 dólares. Por isso, as pessoas
apelam para a ilegalidade: roubam do estado e vendem no mercado negro,
prostituem-se, exercem atividades ilegais, como dirigir taxis ou vender
produtos para os turistas. Graças a isso e às remessas enviadas pelos cubanos
exilados é possível sobreviver. Uma revolução que rechaçou esses exilados agora
depende deles.
A senhora disse que os
gritos de ordem dos manifestantes brasileiros já não se escutam mais em Cuba.
Qual lhe surpreendeu mais? “Cuba sim, ianques não”, por
exemplo. É uma expressão fora de moda. Em Cuba não usamos mais a palavra ianque
para os americanos. Ela é usada apenas nos slogans políticos. Falamos yuma,
que não pejorativo. Ao contrário, mostra um certo encanto em relação a eles. A
propaganda oficial, de ataques aos Estados Unidos e ao imperialismo, criou um
sentimento contrário ao esperado. A maioria dos jovens hoje é fascinada pelos
americanos. Até acho ruim esse enaltecimento por outro país, mas é uma
realidade.
O que os cubanos
nascidos depois da revolução acham de figuras como Fidel Castro e Fulgêncio
Batista? Nasci em 1975, quando tudo já estava burocraticamente
organizado. Na escola, apresentavam Fidel como o pai da pátria. Era ele quem
decidia quantas casas seriam construídas, o que iríamos vestir. Na juventude,
Fidel passou a ser uma figura distante. Diferente dos nossos pais, que viveram
uma fascinação pela figura de Fidel, minha geração é mais crítica. O Fulgêncio
Batista era o ditador anterior. A revolução tirou um ditador do poder e se
converteu em uma ditadura.
As gerações mais
antigas continuam fiéis à revolução? Existem
os que creem realmente na revolução, sem máscaras nem oportunismo, um pequeno
grupo. Os que já não creem, mas não querem aceitar que se equivocaram, porque
entregaram a ela seus melhores anos, e aqueles que deixaram de acreditar no
sistema e se transformaram em pessoas críticas.
Em 2007, o governo
brasileiro deportou os boxeadores cubanos Guilhermo Rigondeaux e Erislandy
Lara, que tentavam o exílio na Alemanha. Qual sua opinião sobre isso? O governo
brasileiro teve um triste papel neste caso, de cumplicidade. Quando os atletas
retornaram, o governo cubano fez um linchamento público na imprensa oficial,
com vários insultos. Fidel Castro falou na televisão que um deles foi visto com
uma prostituta na praia. Os filhos e a mulher desse homem foram expostos a
isso. Foi um episódio bastante lamentável.
Por que a ditadura
cubana ainda tolera suas críticas? Penso
que a visibilidade que alcancei me protege. Sou vigiada constantemente, meu
telefone é grampeado e existe uma série de mecanismos e estratégias para matar
a minha imagem. Se não podem matar a pessoa, matam sua imagem.
A senhora é
frequentemente acusada de receber dinheiro de governos contrários a Cuba para
manter seu blog. Qual a origem desses rumores? Faz parte
da estratégia de difamação: não discutir as ideias, mas a pessoa. Para ter um
blog é preciso muito pouco dinheiro. O meu está num software livre, o
wordpress, e fica hospedado num servidor da Alemanha que custa 36 euros por
ano. Em 2006, um amigo alemão pagou vários anos a esse servidor. Quanto à
conexão, aprendi alguns truques. Por exemplo, vou a um hotel e compro um cartão
de conexão que custa 6 dólares a hora. Como preparo quatro ou cinco textos em
casa, programo para que sejam publicados em dias diferentes. Com esse método,
consigo me conectar mais de cinco vezes com um único cartão. No twitter,
publico via mensagem de texto.
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