BRADLEY, YOANI,
ASSANGE.
Três
personagens muito diferentes entre si, nas intenções e nas motivações,
revelaram a sordidez da guerra, os abusos da política externa, os segredos
infames dos estados e o dia a dia de uma ditadura cinquentenária. Na mesma
moeda, atraíram os mais ferozes julgamentos. Heróis para uns, mercenários para
outros, estas personagens emblemáticas do ciberativismo desmascararam poderes
tirânicos e abriram caminho decisivo para o debate sobre o direito à informação
e o direito de ir e vir neste início de novo milênio. Só lamento que os
fundamentalismos, à direita e à esquerda, estejam transformando Bradley, Yoani
e Assange em desprezíveis caricaturas do maniqueísmo vigilante.
Embora
não eu não tenha interesse pela figura de Julian Assange (o sujeito não me inspira
confiança) e desconheça quase completamente Bradley Manning (não consigo fazer
um juízo sobre o rapaz), os “serviços” que prestaram ao fortalecimento da opinião
pública mundial, no sentido kantiano (öffentliche Gebrauch seiner Vernunft), são de enorme valor.
Cutucar a soberba do império e o ditador
pop mais idolatrado do mundo tem o seu preço.
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