Gostei
muito do texto do Morrissey sobre Margaret Thatcher. Texto pesado, ressentido, violento, mas verdadeiro, visceral, com
alma. Thatcher
mereceu cada uma daquelas duras palavras. Muito diferente dos textos viciados e
cifrados dos oráculos da esquerda latino-americana que tenho lido. Os caras
insultam a memória da “dama de ferro” e demonizam seu legado, enquanto os
esqueletos de Stálin e Che decoram seus armários. Vossos ídolos guardam vossos
segredos, camaradas.
Nem
uma palavra a favor de Thatcher. Apenas recomendo aos “humanistas” educados por Lênin que
façam uma faxina nos seus armários antes de se pronunciar sobre a desumanidade
dos seus adversários. Perto das atrocidades cometidas pelos bolcheviques, em Taganrog,
por exemplo, (o terror em nome da “justiça revolucionária de classe”), e do
sadismo do “paredón” cubano, a era Thatcher fica parecendo bem menos dura do
que realmente foi. Ganha contornos mais suaves!
Os críticos de Thatcher usaram a frase abaixo para ilustrar
sua frieza e desumanidade:
“Não
existe essa coisa de sociedade. Existem indivíduos, homens e mulheres, e
existem as famílias.”
A frase é de uma infelicidade brutal. Mas ela tem
outras bem piores.
Mas quero lembrar que a “arte” de construir frases medonhas
não é uma particularidade exclusiva de Thatcher. O ídolo maior dos “humanistas”,
que se horrorizam com as patadas ultra-realistas da “dama de ferro”, também foi
um campeão das frases estúpidas. Vou relembrar apenas duas:
"Não
posso ser amigo de quem não compartilha das mesmas ideias que eu". (Che
Guevara).
"Adoro o ódio eficaz que faz do homem uma violenta, seletiva e fria máquina de matar". (Che Guevara).
Ah,
mas é preciso contextualizar estas frases. Concordo. Mas só se o mesmo valer também
para a frase de Thatcher.
Mas como disse, nem uma palavra a favor de Thatcher.
Sinto-me representado pelas palavras de Morrissey.
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