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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

MANUAL DO PERFEITO ARROGANTE.



MANUAL DO PERFEITO ARROGANTE.

Um sujeito que atende pelo nome de Paulo Nogueira publicou um texto intitulado “Manual do Perfeito Idiota Brasileiro”, publicado numa página chamada “Diário do Centro do Mundo”. Li e achei ofensivo, tremendamente arrogante. Na hora, sentei na minha mesa e escrevi o texto abaixo.

Recomendo ler o Manual do Paulo Nogueira antes de ler o meu texto.

Gosto de brincar com quem gosta de brincar. O “Manual do Idiota” é uma brincadeira (de mau gosto). Então vamos brincar mais um pouco. Não gosto de manuais, nem os de instalar aparelhos eletrônicos, nem os políticos. Achei o “Manual do Perfeito Idiota” chato e inacreditavelmente perverso. Chamou a maioria da população brasileira (que elegeu Lula e Dilma) de idiota. Talvez o autor do Manual não saiba, mas no Brasil as pessoas assistem a Globo, gostam do W. Boner, assistem ao Jô, gostam do Jabor e votam no PT. Nem todo mundo vê o mundo a partir de quadros de ferro. Eu mesmo, que gosto de ler os textos do Demétrio Magnoli, do Marco Antonio Villa e alguma coisa do Pondé, me senti ofendido pelo bacana. Como não me considero um Idiota, resolvi entrar na brincadeira. 

Paulo Nogueira, autor do texto, escreve de Londres, numa página chamada “Diário do Centro do Mundo” (um tanto eurocêntrico, não é?). Foi editor assistente da Veja. Repararam que ele não cita a Veja no texto? Cita e critica todo mundo por ele identificado como conservador, golpista, etc, mas não menciona a Veja. Por que será? Saudades? Quer o emprego de volta? É esse o cara que escreve um “Manual do Perfeito Idiota Brasileiro”? A revista Veja é o alvo preferencial de cronistas da blogosfera, identificados com o Lulo-petismo, do perfil de Paulo Nogueira. Curioso, não acham? Uma rápida investigação sobre a trajetória do sujeito explica muita coisa. 

Depois de ler o texto não tive como não propor um contraponto. O que me veio à cabeça, imediatamente, foi inventar o “Manual do Perfeito Arrogante”. O Perfeito Arrogante (PA), por oposição ao que esta no texto, gosta de Nassif, de W. Allen (mas creio que não compreenda bem os filmes do diretor de Manhattan), deve ser leitor diário do Portal Carta Maior (que para mim é a versão da Veja num outro espectro político), acredita que Joaquim Barbosa é o vilão (e que esta a serviço de uma coisa chamada PIG) e que os panelaços na Argentina são manipulados pelo Clarim (embora aconteçam 115 panelaços pelo país organizados pela população). O PA acorda às 11 da manhã (porque entrou madrugada adentro lendo Emir Sader), recita trechos de algum discurso remoto de Fidel Castro, passa rápido pela sala e briga com a mãe ou com a mulher que esta assistindo “Encontro, com Fátima Bernardes”, engole uma tigela de leite com cereais e volta para o quarto para dormir mais um pouco (a tarde deve encontrar-se com amigos para participar de algum Coletivo). O PA acredita que vive numa batalha épica e teleológica. Por isso esse olhar de juízo final que ele lança sobre o mundo.

 O PA é articulado, tem respostas para tudo e julgamentos afiados para desferir contra os que considera seus oponentes (basta ler o Manual). O PA sabe o que quer (politicamente falando ele não sabe o que é ter dúvidas), e quer que os outros queiram o que ele quer. O PA quer dizer aos outros o que devem ler, como devem ler, o que devem assistir, como devem observar o cenário político e como devem avaliar o governo Dilma. O PA não tem dúvidas de que quem faz criticas ao governo e a corrupção da esquerda é leitor da Veja e seguidor de Reinaldo Azevedo (também um perfeito arrogante). Não existe outra possibilidade para o PA além do campo binário que opõe as forças progressistas e as forças conservadoras. O PA pretende dirigir o gosto, a vontade, as decisões e administrar a soberania alheia. O PA encarna hoje o oficialismo governista. Esta numa cruzada contra as forças do mal que se opõe ao governo popular que sepultou a era das trevas que marcou o Brasil da década de 1990. O PA é um perfeito guia teleológico da vontade alheia. Quem ousar discordar e tentar seguir outro caminho é denominado, no vocabulário cifrado do PA, de Idiota.
Manual por Manual, prefiro um sobre vinhos que tenho aqui casa.

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