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sábado, 25 de maio de 2013

O ÓDIO DE CLASSE: A CLASSE MÉDIA SEGUNDO MARILENA CHAUÍ.



O ÓDIO DE CLASSE: A CLASSE MÉDIA SEGUNDO MARILENA CHAUÍ.

Num discurso proferido no lançamento do livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, organizado por Emir Sader, Marilena Chauí arrancou aplausos da plateia ao expressar o “ódio” que sente pela classe média brasileira. Advirto que o que vocês vão ler possui conteúdo simbolicamente violento. É impróprio para não iniciados.

“É porque eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista. É uma coisa fora do comum a classe média (…) A classe média é a uma abominação política porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque ela é violenta. E ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante”.

Prestem atenção nos adjetivos: abominável, fascista, terrorista, ignorante petulante, arrogante, reacionária, atrasada. Vindo de uma filósofa, de quem se espera um cuidado com o uso das palavras, não perece ter sido um descuido. As palavras foram escolhidas a dedo. É realmente um caso de violência simbólica explicita.

De quem ou do que exatamente Marilena esta falando? Se for do SEGMENTO ultraconservador da classe média, responsável pelos movimentos “2.000.000 - Dois Milhões e Brasileiros Unidos pelo Brasil”, “Endireita Brasil”, e outros do mesmo naipe, diria que, deixando o “ódio” e o “abominável” de lado, concordo com ela. Cito um dos posts recentes no facebook de um destes movimentos da ultradiretita:

(O post faz referência a um vídeo gravado em 2009 na Amazônia em que Dilma destaca a importância da “revolução cubana” no contexto americano, durante as celebrações dos 50 anos da revolução. Na abertura do vídeo o lema deles – “FORA PT” – e uma música de suspense que cria a expectativa de algo abominável que vai ser dito. E o que Dilma diz? O que todo mundo já sabe sobre a revolução. É frustrante até mesmo para os seguidores do movimento. Dilma foi muito econômica com as palavras e com os elogios).

Leiam o post:

“Dilma declarando seu amor pela revolução cubana em 1959, seu amor pelo comunismo de Cuba”: 

“Ela foi membro ativo das organizações terroristas comunistas que pegaram em armas para combater o regime militar, e impor uma ditadura comunista no Brasil, esses grupos terroristas assassinaram 119 brasileiros pela causa da ditadura comunista, além de sequestrar autoridades, sequestrar aviões, assaltar bancos e lojas comerciais e até roubaram o cofre de Adhemar de Barros, então governador de SP onde haviam milhões de dólares... tudo pela causa da ditadura comunista. Os militares à pedido do povo na Marcha da Família com Deus pela Liberdade em 19/03/1964, deram contra golpe na implantação da ditadura comunista no Brasil que estava sendo concretizado com João Goulart, vice presidente que assumiu com a renúncia do então presidente Jânio Quadros.” (“
2.000.000 Milhões e Brasileiros Unidos pelo Brasil”).

Leram? É isso mesmo. Eles pretendem ser hoje o que a TFP foi na década de 1960. Dilma é o Jango deles. Além de atentarem contra a língua portuguesa, atentam contra a democracia. O movimento, criado aparentemente para protestar contra a corrupção no Brasil, é, na verdade, um movimento contra o PT e contra o que chamam de “golpe comunista”, que estaria em curso no Brasil. Num outro post, que não vou reproduzir, um sujeito afirma que os médicos cubanos que viriam para o Brasil são na verdade guerrilheiros disfarçados. O movimento é patético e pratica um tipo previsível e rasteiro de terrorismo psicológico. Mas o que me interesse neste momento não é o movimento. O “ódio” de classe da filósofa de classe média Marilena Chauí chama mais a minha atenção. O movimento “2.000.000” é bobo e irrelevante, é uma manifestação estúpida de uma pequena parte da classe média (mas é bom ficarmos atentos). O ódio da filósofa, cultivado, teoricamente sofisticado e agora publicamente conhecido, deve ser observado com mais cuidado.  Ela elevou o ódio a um patamar perigoso e explosivo. O ódio é o caminho que leva à intolerância e ao obscurantismo político, não ao esclarecimento. Bobear daqui a pouco eles criam o Ministério do Ódio, para canalizar o nobre sentimento e instrumentalizá-lo politicamente, e para fazer dobradinha com o Ministério da Verdade (Não sou contra o Ministério nem contra o que ele está fazendo, só não gosto do nome).

Não é preciso ser filósofo nem sociólogo para saber que a classe média não é um bloco homogêneo que pensa, age e se comporta da mesma forma e que se movimenta na mesma direção. Marilena generaliza, presta um desserviço sociológico e confunde mais do que esclarece. Sabemos que segmentos da classe média paulistana, gaúcha, catarinense, etc, votam no PT. Sabemos que Marilena se refere principalmente à classe média paulistana, que essa briga vem de longe e blá blá blá. Ainda assim a generalização é grosseira. O que poderíamos denominar como classe média é uma coisa tão grande, diversa e heterogênea que exige abordagem mais cautelosa e informada e menos palanqueira.

Parece mesmo que Chauí abdicou da filosofia e da reflexão para se entregar sem pudores à militância político-partidária. A filosofia lamenta. A militância partidária não perde nem ganha. Marilena não está fazendo a diferença. 

A oposição fundamental de classes, da filosofia da história clássica marxista, adquiriu, no Brasil, um arranjo inédito e um novo e inesperado motor: o ódio. O ódio de classes. Os intelectuais “progressistas” de classe média, como Marilena, odeiam a classe média não intelectual e conservadora. 

A filósofa elitista e autoritária, que entrega generosamente seus dotes intelectuais à causa popular, não sem antes reabilitar Paulo Maluf, declarou seu ódio e nomeou o abominável. A plateia aplaudiu, as redes sociais “curtiram” e o ódio subiu mais um degrau na escalada da intolerância no Brasil. Bravo, Marilena.

♪♫ “...mas o ódio cega e você não percebe....mas o ódio cegaaa” ♪♫

segunda-feira, 20 de maio de 2013

CARTA DE KROPOTKIN À LENIN: Da Revolução à Ditadura de um Partido.




CARTA DE KROPOTKIN À LENIN: Da Revolução à Ditadura de um Partido.




A crítica anarquista, a despeito do romantismo revolucionário e de certa ingenuidade política (o que sempre me pareceu ser o charme dos anarquistas), sempre foi das mais lúcidas e honestas. A integridade, a firmeza de caráter e o antiautoritarismo de homens como Kropotkin (e aqui no Brasil o inesquecível Edgard Leuenroth) representam um contraponto necessário que sublinha e acentua os desvios e os abusos praticados em nome do socialismo e do comunismo ao longo do século XX e neste começo do século XXI. O legado é inestimável. Vou dar uma pequena amostra.


Depois da vitória dos bolcheviques Piotr Alexeyevich Kropotkin retornou entusiasmado à Rússia, em meados de 1917. Estava motivado e inebriado pelos acontecimentos. Lenin tentou uma aproximação a fim de convertê-lo à causa bolchevique. O prestígio de Kropotkin era enorme na Rússia. Mas o entusiasmo logo se transformou em manifesta desconfiança. Passou a criticar duramente a postura totalitária e os métodos bolcheviques, acusando-os de estar construindo uma ditadura sob o comando de Lenin, sem se importar com o próprio povo, que era mais revolucionário que os próprios bolcheviques. No começo de 1919 os dois se reuniram em Moscou e Kropotkin defendeu as cooperativas, que estavam sendo atacadas pelos bolcheviques. O tom da reunião foi ameno, mas a partir daquele momento as críticas foram se tornando cada vez mais duras. Numa das cartas à Lenin, Kropotkin disse sem meias palavras: “Lenin não se compara a nenhuma figura revolucionária da história. Revolucionários tinham ideais, Lenin não tem nada. Lenin, suas ações concretas são completamente contrárias às ideias que você finge sustentar”. Não há dúvidas de que o pragmatismo glacial e as escolhas de Lenin assustavam o experiente e ressabiado anarquista. Em certo sentido entendo as escolhas de Lenin (além de admirá-lo como vigoroso teórico), e esforço-me para compreendê-las naquele contexto. Mas Kropotkin, que também viveu aqueles tempos turbulentos, é a crítica contemporânea, escrita no calor da hora, ao caminho que Lenin decidiu trilhar. Por mais que eu me esforce para entender Lenin, devo admitir, minha consciência histórica sobre o que se convencionou chamar de “revolução russa”, deve muito mais a Kropotkin. A desconfiança do velho anarquista em relação aos pretensos guias da vontade popular orienta, em grande medida, a leitura que faço dos caminhos de certa esquerda latino-americana hoje.



Kropotkin morreu alguns meses depois, em 8 de fevereiro de 1921. O governo bolchevique, que sempre tentou usar a seu favor a popularidade e a credibilidade do velho e autêntico REVOLUCIONÁRIO, ofereceu um funeral oficial. Felizmente a família e amigos libertários recusaram a duvidosa oferta. Uma multidão de trabalhadores, estudantes, camponeses, soldados e admiradores foram espontaneamente até a casa onde Kropotkin estava sendo velado. Escolas fecharam as portas e a multidão acompanhou o cortejo até a estação de trem, de onde o corpo foi transportado para Moscou. Na capital uma multidão de mais de cem mil pessoas recebeu o corpo e o acompanhou por oito quilômetros até o cemitério Novodévichi, ao som da Sinfonia Patética, de Tchaikovsky. Vários amigos e correligionários tomaram a palavra para homenagear Kropotkin, e Aarón Barón (anarquista que foi posto em liberdade provisória), último a falar, protestou contra as prisões arbitrárias e as torturas contra os revolucionários que faziam oposição aos bolcheviques (Prisões arbitrárias e torturas não acontecem apenas na prisão de Guantánamo). Para muitos historiadores do anarquismo o funeral de Kropotkin foi a última grande manifestação libertária na URSS. A máquina bolchevique de triturar não permitiria mais manifestações como esta. Recomendo que pesquisem sobre a figura “dramática e dostoievskiana” (George Woodcock) de Nestor Makhno, líder anarquista rural que enfrentou a ferocidade do “exército vermelho”. Só depois de vencer Makhno e as forças anarquistas é que os bolcheviques conseguiram “adaptar o mundo camponês ao estado marxista” na Ucrânia (Woodcock).





Oradores e amigos no funeral de Kropotkin.












Multidão acompanhando o funeral.







Na carta endereçada ao líder da revolução, reproduzida abaixo, Kropotkin sugere que o camarada Lenin saia do seu gabinete, deixe os livros um pouco de lado e vá conhecer os anseios, os desejos e as necessidades do “povo”. Uma revolução não poder ser concebida à revelia do “povo”. Uma revolução concebida apenas na teoria pode se converter em fantasmagoria. Neste caso, o “povo”, em nome do qual se opera a mudança, torna-se um colossal estorvo, e a revolução se volta contra ele. A revolução, como ideal, não enche barriga. Ela pode ser o alimento do espírito para os intelectuais, mas não é o trigo que alegra a mesa do “povo”. 

As palavras dirigidas à Lenin em 1920 revelaram a força da intuição e a aguda observação do velho anarquista. Nas décadas seguintes o partido se transformaria num mostro tentacular e devorador da própria revolução: a versão bolchevique do Saturno de Goya. A revolução devoraria seus filhos e maltrataria o “povo”, em nome do “povo”. Lenin já estava morto, Kropotkin também. Mas antes de morrer Lenin foi alertado. 

Mas afinal, o que Kropotkin teria a dizer a nós, homens e mulheres do século XXI, que ainda acreditamos que o mundo pode ser melhor (embora por caminhos diferentes)? Além do alerta do perigo do autoritarismo que ronda a ideia de revolução, um recado para os “revolucionários” latino-americanos: o “povo” é de verdade. “Povo” não é “massa”. “Povo” não é discurso. Revolução não é um brinquedinho temporário da classe média universitária nem um capricho de uma elite intelectual que se refugiou preguiçosamente no mundo das ideias. Deixem a teoria e a soberba um pouco de lado e afinem os ouvidos. Ouçam o que o “povo” tem a dizer. Pode soar estranho, conservador até, mas se não for assim, o ideal da revolução vai seguir sua marcha surda e indiferente, iluminada por uma teoria descolada do mundo real que atribui um papel ao “povo” que ele teimosamente se recusa a cumprir.

As palavras e o alerta de Kropotkin ecoam em “nuestra América” (sempre as voltas com a “revolución”), os métodos bolcheviques também. Kropotkin, revolucionário genuíno e crítico implacável do autoritarismo, é um excelente companheiro de viagem pela história das revoluções sul-americanas e seus desdobramentos contemporâneos. O velho anarquista sabia das coisas.

A Carta.

“Vivendo no centro de Moscou, você não pode conhecer a verdadeira situação do país. Teria de deslocar-se às províncias, manter estreitos vínculos com as pessoas, compartilhar seus desejos, trabalhos e calamidades; com os esfomeados – adultos e crianças – suportar os inconvenientes sem fim que impedem a obtenção de provisão para um mísero lampião … E as conclusões a que chegaria, poderiam ser resumidas numa só: a necessidade de abrir caminho para condições de vida mais normais. Se não o fizermos, esta situação nos conduzirá a uma sangrenta catástrofe. Nem as locomotivas dos aliados, nem a exportação de trigo, algodão, cobre, linho ou outros materiais dos quais temos enormes necessidades poderão salvar a população.

Em vez disso fica uma verdade: ainda que a ditadura de um partido constituísse um meio útil para combater o regime capitalista – o que duvido muito - , esta mesma ditadura seria totalmente nociva para a criação de uma ordem socialista. O trabalho, necessariamente, tem de constituir-se na base das forças locais, mas até agora, isto não ocorre nem é estimulado por nenhum lado. Em seu lugar se encontram, a todo instante, individualidades que desconhecem a vida real e cometem os maiores erros, ocasionando a morte de milhares de pessoas e arruinando regiões inteiras. Sem a participação das forças locais, sem o trabalho construtivo de baixo para cima, executado pelos trabalhadores e todos os cidadãos, a edificação de uma nova vida é impossível.

Uma obra semelhante poderia ser empreendida pelos sovietes, pelos conselhos locais. Mas a Rússia, devo enfatizar, é uma república soviética apenas no nome. A influência e o poder dos homens do partido, que são frequentemente estranhos ao comunismo – os devotos da ideia estão sobretudo instalados aí no centro – têm aniquilado a influência verdadeira e a força daquelas instituições que muito prometiam: os sovietes. Repito: não há mais sovietes na Rússia, mas somente comitês do partido que fazem e desfazem. E as suas organizações padecem de todos os males do funcionalismo.
Para sair da desordem atual a Rússia deve retomar o espírito criador das forças locais que, asseguro, são as únicas capazes de multiplicar os fatores de uma nova vida. Quando antes se compreender isto, melhor! As pessoas se disporão a aceitar mais facilmente as novas formas de organização social. Entretanto, se a situação atual se prolongar, a mesma palavra socialismo se converterá numa maldição, como ocorreu na França com a ideia igualitária durante os quarenta anos que seguiram ao governo dos jacobinos.”

Piotr Kropotkin – Dimitrov, 04 de março de 1920











REVOLUÇÃO E ESCATOLOGIA: A REVOLUÇÃO BOLIVARIANA E A ESCASSEZ DE PAPEL HIGIÊNICO.



REVOLUÇÃO E ESCATOLOGIA: A REVOLUÇÃO BOLIVARIANA E A ESCASSEZ DE PAPEL HIGIÊNICO. 




Como já era de se esperar, o governo de Nicolás Maduro não vai ter vida fácil. A política do governo de controle dos preços de produtos básicos, praticada desde 2003, tem provocado escassez de alimentos. O desabastecimento sazonal de alguns produtos como laticínios, café, açúcar, azeite, manteiga, leite e farinha de milho, para preparar as arepas, espécie de pão dos venezuelanos, vem causando transtornos e complicações para a revolução. “Revolução” sem pão, não dá.

O que já estava ruim, piorou. A crise de abastecimento alcançou agora a higiene dos venezuelanos. O papel higiênico sumiu das prateleiras. Virou artigo de luxo, dizem alguns. Sem pão até que vai, dá para improvisar, mas sem papel higiênico. A guerra de informações e acusações é ensurdecedora. O governo culpa os empresários, os grupos de oposição e uma "campaña mediática" que estaria promovendo uma demanda excessiva do produto pra desestabilizar o país. Alguns denunciam uma sabotagem da direita. Os empresários e representantes dos consumidores, por sua vez, culpam o governo. Alguns economistas afirmam que a escassez de produtos decorre dos controles de preços para tornar produtos básicos acessíveis para os mais pobres, e também dos controles cambiais impostos pelo governo. Roberto Léon, presidente da Associação Nacional de Usuários e Consumidores (Anauco) diz que é uma questão de matemática simples: não é possível pedir a um empresário que importe ou produza e saia perdendo. Segundo Léon, por conta da falta de variedade, há muitos anos os venezuelanos deixaram de poder optar sobre a qualidade dos produtos que entram na sua despensa. "É preciso que o vizinho avise que chegou azeite ao supermercado. Aí você vai correndo comprar, enfrenta fila e descobre que não vai ser possível pegar o melhor". William Sayago, subgerente de um centro comercial em Caracas, garantiu que: "Não tem papel porque aqui o papel é vendido muito barato, não no preço real. Ninguém quer produzir nem importar” (Informações retiradas de sites e agências internacionais). 

Quer dizer, o estado, que tem o controle de tudo, não consegue sequer garantir o papel higiênico. Quem sabe a “revolução”, como interprete da vontade do povo, não baixa uma norma proibindo os venezuelanos de evacuar sem necessidade. Ou declara de vez que o uso de papel higiênico é um capricho burguês ou uma imposição do imperialismo. Cagada por cagada...

O ministro do comércio, Alejandro Fleming, vanguarda da “revolução”, reagiu ao desconforto da escassez do produto e, na semana passada, anunciou que vai importar 50 milhões de rolos de papel. A ideia é "saturar" o mercado local e acabar com a "campaña mediática" que promove uma excessiva demando do produto. "Vamos a traer 50 millones para demostrarle a esos grupos que no lograran doblegarnos". "La revolución traerá al país el equivalente a 50 millones de rollos de papel higiénico (...) para que nuestro pueblo se tranquilice y comprenda que no debe dejarse manipular por la campaña mediática de que hay escasez".

Fleming nega que exista escassez. No banheiro dele certamente não. Num típico delírio bolivariano, evoca a poderosa imagem da “revolução” como entidade protetora da higiene popular.  “La revolución” trará 50 milhões de rolos de papel. A “revolução” não vai deixar o povo na mão. 

Triste sina a da revolução: garantir o papel higiênico.  Será esta a contribuição bolivariana à história das revoluções?  Escatologia por escatologia eu ainda preferia aquela que anunciava o derradeiro e luminoso porvir. Nunca imaginei que um dia a “revolução” acabaria encurralada num vaso sanitário!