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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O ÓDIO COMO CATEGORIA E O ÓDIO COMO SENTIMENTO DESPREZÍVEL: A Guerra de Ódios e o Governo Dilma.

O ÓDIO COMO CATEGORIA E O ÓDIO COMO SENTIMENTO DESPREZÍVEL: A Guerra de Ódios e o Governo Dilma.



Em maio do ano passado Marilena Chauí declarou, diante de uma plateia lotada, que odiava a classe média. O ódio cultivado da filósofa recebeu milhares de curtidas, foi compartilhado, aplaudido e reverenciado. Quando parte da classe média manifestou ódio ao PT e aos nordestinos, pela derrota do Aécio nas urnas, os admiradores de Chauí protestaram acusando as manifestações de racistas, ignorantes e repulsivas.

Nesta guerra de ódios, de que lado você está? Eu estou do lado de Gandhi (“O mundo está farto de ódio”).

Ajudem-me a entender. O ódio expresso pela filósofa é um sentimento diferenciado, nobre e esclarecido? Os títulos acadêmicos, a autoridade intelectual e, quem sabe, a posição política, conferem ao ódio outro status? Marilena Chauí elevou o ódio à condição de categoria explicativa da luta de classes no Brasil. É isso que torna o ódio dela aceitável e, portanto, legítimo?

O ódio ao PT cresce assustadoramente no Brasil. Teremos quatro anos dificílimos pela frente, com o país divido politicamente ao meio. Marilena Chauí deveria saber que não é com ódio que ao ódio se dá combate. A divisão social e política do país entre Elite X Trabalhadores, baseada num conceito rudimentar e deslocado de classe, que o PT explorou e alimentou de maneira maniqueísta, simplista, preconceituosa e às vezes agressiva, se voltou contra o governo Dilma.

Não é com ódio, ainda que sofisticado pela chancela filosófica e sociológica, nem com zombarias e provocações baratas, daquelas que fazemos quando o time de futebol adversário é derrotado, que vamos defender o governo Dilma. Precisamos sair pelo caminho contrário ao do senador Aloysio Nunes, que exalava ódio enquanto declarava guerra à Dilma, e buscarmos o diálogo. Sempre o diálogo, principalmente nas mobilizações de rua que virão pela frente.

“Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor que a tua paz.” (Jorge Luis Borges)

“Quem dá expansão ao ódio, destrói sua própria casa.” (Frase Judaica).

2 comentários:

  1. não há terceiro turno nas eleições no Brasil. Simples; o resultado está dado. Dilma é a nossa presidente. Temos mais o que fazer do que ficar alimentando desavenças entre brasileiros. Bom texto Paulo.

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