Pin it

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CADA UM NA SUA LUA



CADA UM NA SUA LUA



Depois de muito resistir criei um blog para descarregar e armazenar meus escritos não acadêmicos. Leio blogs de vários cantos do mundo, mas nunca me senti em condições, por falta de tempo, de manter um. Mas quando passei a encarar o blog não como um compromisso, mas como uma diversão, tudo ficou mais fácil. Não tenho ambições com as letras, apenas gosto de jogar com as palavras e organizar minhas ideias escrevendo. 

Gosto de escrever, de brincar com as palavras e transitar livre e despreocupadamente por temas variados. Acho que isso vem da minha experiência docente nas áreas de História, Relações Internacionais, Teoria Política e Publicidade e Propaganda, além das muitas paixões: futebol, cinema, literatura, música, cachorros, flores e árvores, poesia, televisão (sim, televisão), cervejas, pinturas.

Minhas referências de mundo são múltiplas e bastante heterogêneas. Situo-me numa fronteira difusa e construo minhas coerências entre a insatisfação cultivada de Rimbaud e a humildade lírica de John Fante, entre Marx e Nietzsche, Aron e Kropotkin, Zorro e o Homem Aranha, Voltaire e o Barão de Münchhausen (da imaginação cinematográfica de Terry Gilliam), entre Gandhi e Dexter, Caetano Veloso e o rock inglês, Frida Kahlo e Emily Dickinson, Jesus de Nazaré e Heliogabalo (historiado por Antonin Artaud), o cinema americano e a poesia russa, Madame Satã e Sérgio Buarque de Holanda, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A preposição entre indica um lugar intermediário, feito de aproximações. São as minhas afinidades eletivas.


Não se assustem com o nome do blog. Nada a ver com astrologia nem com astronomia. Tampouco encerra algum significado místico. É uma simples referência à individualidade como nosso refúgio mais “sagrado” e seguro. Não é uma recusa da coletividade, apenas uma ligeira desconfiança. Se a TERRA é o lugar do difícil, porém inescapável, exercício do viver em coletividades, vamos reservar então a LUA como espaço poético para as nossas fugas individualistas e nossos arroubos antissociais.

Na minha lua ninguém cravou bandeira. Certamente ela tem um lado iluminado e um lado escuro. O lado iluminado não é a morada de São Jorge, assim como o lado negro não é o refúgio de Lilith, embora ambos sejam bem vindos. A minha LUA é aquele lugar fantástico onde o Barão de Münchhausen foi buscar inspiração para enfrentar a “inquisição estatal” e salvar a imaginação das garras do deserto racionalista triunfante.


A minha lua não é a lua de Armstrong e Aldrin. A minha lua é a lua de Leopardi, Baudelaire e Cecília Meireles. É a Lua-Salomé, de Oscar Wilde, e a silenciosa companheira de Walt Whitman nas suas andanças pelos vastos territórios da América do Norte. 

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
(Cecília Meireles).


 

Bem vindos à minha LUA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário